estudar para vencer
Mestre Chassot
sábado, 29 de outubro de 2011
29.- Sobre livros a mancheias
Ano 6 |
PORTO ALEGRE |
Edição 1913 |
https://mestrechassot.blogspot.com/
Um sábado que se anuncia primaveril. Há uma tradição que as edições sabatinas seja dia de falar em livros. E há livros a mancheias. Ontem foi inaugurada a 57ª Feira do Livro de Porto Alegre – dita a maior feira do livro a céu aberto da América Latina. Lembro então da gigantesca feira do livro de Madri, que faz a nossa nanica.
Mas, a 57ª Feira do Livro de Porto Alegre – que uma gripe tirou a oportunidade de pela uma vez primeira ter Presidente da República na inauguração – enseja aqui dois comentários: Um, faço cálculos e dou-me conta que em 1957, quando vim a capital para mandar fazer os adesivos para os convites de formatura de minha turma do ginásio, eu visitei pela primeira vez a 4ª edição; deste então faltei a muito poucas. Outro, há ressaibos de desilusões, nesta edição: pelas razões que contei aqui na edição do dia 15 de outubro o Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto, não está nas bancas desta 57ª FL.
Antecipo um convite. A blogada de domingo será ‘sob/sobre jacarandás’ trazendo um dos ícones de Porto Alegre. Vale conferir.
Mas livros usualmente trazem alegrias. Na quarta-feira recebi a seguinte mensagem: Caro Dr. Chassot, gostaria de lhe convidar a apresentar o nosso livro: ENSINO DE CIÊNCIAS E A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS. Caso você aceite estarei enviando o arquivo completo. O conteúdo é o seguinte [Segue um sumário detalhado] Atenciosamente, Dr. Augusto Fachín Terán, UEA – Universidade do Estado do Amazonas – Manaus.
Aceitei, distinguido o convite, e dou-me conta que este é o segundo convite do ano. Na segunda quinzena de setembro, quando estive em na UEA participei do lançamento do livro Temas para o Observatório da educação na Amazônia, do qual no outono fizera a apresentação e que hoje se faz aqui dica de leitura.
Antes vale referir: atender agora o convite do meu colega Augusto é mais fácil se comparado ao aceite do convite de meu amigo Eduardo Segura. Então, o pujante grupo de Ensino de Ciências da UEA www.pos.uea.edu.br/ensinodeciencia/ era para mim quase uma abstração. Depois de viver de 21 a 24 de setembro intensamente o I Simpósio de Educação em Ciências na Amazônia, onde fiz a palestra de abertura, participei de uma mesa redonda e de duas bancas de qualificações do Mestrado Educação em Ciências na Amazônia do Programa Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia entendo o que fazem alguns bravos amazônidas pela Educação nas Ciências.
Não foi sem emoção, que nesta terça-feira fiz uma remessa de cerca de trinta de meus livros, em um pedido coordenado pela professora Aldalúcia Macedo dos Santos Gomes – uma semeadora de livros, complementando quase meia centena de outros que autografara em setembro. Registro que os 11 kg de livros postados no começo da tarde de terça-feira, chegaram ontem a Manaus.
Agora, já prelibo meu retorno a Manaus na segunda quinzena dezembro, para cumprir agenda na Universidade do Estado da Amazônia e no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia. Está assim justificada a dica de leitura sabática de hoje.
AZEVEDO, Rosa Oliveira Marins; BARBOSA, Ierecê dos Santos; GONZAGA, Amarildo Menezes; SEGURA, Eduardo A. das Chagas & TERÁN, Augusto Fachin. Temas para o Observatório da educação na Amazônia. Curitiba: CRV, 2011. 163 p. 14 x 21 cm. ISBN: 978-85-8042-098-2
Hoje falar de Temas para o Observatório da educação na Amazônia,pelos novos envolvimentos que narrei acima, é mais sumarento do que quando escrevi a apresentação. O livro conta como cinco manauaras (alguns por generosa adoção à cidade): Amarildo Menezes Gonzaga, Augusto Fachín Terán, Ierecê dos Santos Barbosa, Eduardo A. das Chagas Segura e Rosa Oliveira Marins Azevedo assentaram olhares investigativos sobre a Educação científica na Amazônia.
Depois de minha apresentação, alguns esclarecimentos anunciam que o a obra está estruturado a partir de seis produções interdependentes, trazida de trabalhos acadêmicos dos autores ligados ao Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, da Universidade do Estado do Amazonas que lançam olhares investigativos na Educação Científica na Amazônia:
O capítulo de abertura: Fundamentos da educação em ciências Augusto Fachín Terán, do Programa antes mencionado, faz uma muito bem composta tessitura da Trajetória histórica do Ensino de Ciências no Brasil.
No segundo capítulo Educação em ciências na formação de professores e o ensino com pesquisa, Rosa Oliveira Marins Azevedo, defende que a Educação em Ciências é condição para o professor enfrentar os desafios postos pelo trabalho docente.
No capítulo 3, Concepções sobre interdisciplinaridade, a produção do filósofo Eduardo Segura, vale-se das concepções de Interdisciplinaridade procurando evidenciar os pontos de similaridade e divergência entre diferentes teóricos sobre o tema em questão.
No capítulo seguinte: Elementos caracterizadores e impulsionadores da aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica a luz da neurociência e da preventividade em Educação, Ierecê dos Santos Barbosa, se refere ao paradoxo da Ciência e Tecnologia que representam as glórias e as misérias do nosso tempo, e nisso encontra espaço para uma discussão da aprendizagem e da percepção, uma e outra miradas com óculos da neurociência.
No capítulo 5: O qualitativo na investigação educacional: da dimensão paradigmática ao gênero narrativo Amarildo Menezes Gonzaga e Solange da Silva Gonzaga, o primeiro dos autores traz narrares de seu ser professor, inclusive aprendendo na experiência de registrar as vivências não como um mero experimento, mas como um exercício de vida.
No capítulo 6: A pesquisa-ação como perspectiva metodológica o Prof. Dr. Amarildo Menezes Gonzaga faz uma mirada panorâmica na trajetória histórica da Pesquisa-Ação, reconhecendo que a década de 50 foi o período de letargia da Pesquisa–Ação, pois somente a partir da década de 70 que houve novamente o seu despertar.
Temas para o Observatório da educação na Amazônia está, tênue e entusiasmadamente sugerido nesta dica de leitura sabática. Espero que tenhamos conseguido aproximar o Oiapoque do Chuí, para ser geograficamente correto do Monte Caburaí ao Chuí. Agora um convite prenhe de emoções. Adentre em um dos capítulos. Não uma ordem para saboreá-los. São independentes. Depois leia mais um e depois os outros. Sonho que transubstanciados por esse binômio fantástico: escritura ó leitura, consigamos fazer alfabetização científica. Desejo que diálogos catalisados por este livro posam gerar tsunamis na educação nas Ciências. Esperamos (e aqui o plural não é majestático: os autores, cada uma e cada um dos leitores e eu) especialmente que homens e mulheres amazônidas, por saberem melhor ler o mundo onde vivem, possam viver plenamente a florestania/cidadania então contribuírem para que tenhamos um Planeta cada vez mais saudável.